Segundo os sites locais, a mãe do bebê contraiu coronavírus e testou positivo ao dar entrada no hospital para dar à luz. A criança, cuja mãe estava infectada, apresentou resultado positivo em uma primeira PCR realizada assim que saiu do útero materno.
Mas os médicos decidiram repetir o teste, que deu negativo, embora na sorologia se determinasse que a criança tinha anticorpos. O bebê pode ter contraído os anticorpos através da placenta, um dos poucos casos que já ocorreram no mundo.
Os casos relatados de transmissão de anticorpos da mãe para o bebê são raros no mundo. O mais frequente é a presença do vírus no recém-nascido, que pode acontecer até pela contaminação do ambiente. No caso do bebê espanhol, a hipótese de transmissão pela placenta é a mais provável porque os recém-nascidos não são capazes de gerar por si próprios a imunidade contra a covid-19. O processo é conhecido como transmissão vertical.
Bebês com anticorpos contra o coronavírus?
Até agora, esse caso do bebê espanhol é um dos poucos casos no mundo em que foi registrado um recém-nascido com anticorpos para o coronavírus. Outros casos também foram relatados na França e na China, mas ainda são em números bastante restritos e a questão do contágio não é consenso entre os pesquisadores.
Em orientações oficias sobre o coronavírus e os riscos na maternidade, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma: “Ainda não sabemos se uma mulher grávida com COVID-19 pode transmitir o vírus ao feto ou bebê durante a gravidez ou parto. Até o momento, o vírus ativo não foi encontrado em amostras de fluido ao redor do bebê no útero ou no leite materno”. No entanto, a OMS não se posiciona quanto a presença de anticorpos no recém-nascido.
Por outro lado, um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Paris-Saclay, na França, e publicado em julho deste ano investigou um caso de transmissão do coronavírus de uma mãe para seu filho através da placenta, durante a gestação. De acordo com os autores, “nós relatamos um caso comprovado de transmissão transplacentária de SARS-CoV-2 de uma mulher grávida afetada pela COVID-19 durante o final da gravidez”. Este é provavelmente um caso semelhante ao do bebê espanhol.